Mares que correm em cada gesto. Pontes que se abrem e transportam as águas em meu leito. Sorrisos rasgados que atravessam memórias, permanecendo em cada uma das minhas histórias! Reclama de mim, tudo aquilo que te pertence, toma-me o coração nas tuas mãos e embala-o. PROTEGE-ME, faz de mim o teu vício, provocando incêndio de nós dois... acolho-me nesta tempestade que nos transporta á loucura. mas PROTEGE-ME, para que em nenhuns outros braços eu me sinta tão segura!!!
quarta-feira, abril 01, 2009
Pensamento
Tudo já foi dito uma vez, mas como ninguém escuta, é preciso dizer de novo
A minha cadela desapareceu em Portimão na altura da Páscoa. Como tinha que vir embora para o Luxemburgo ( que já tinha tudo marcado) só pude atrasar a vinda 2 semanas. Procurei por todo o lado na zona, fui a canis, espalhei panfletos, pus anúncios na rádio e nada, tive que partir sem a minha Tuchinha. Desde que cá estou e sempre que possível vou á internet (que agora já tenho em casa) e ponho anúncios, mando mails e nada. Hoje lembrei-me de apelar á comunidade bloguista e aqui estou eu pedindo a vossa ajuda.
A TUCHA foi operada á perna traseira devido a um atropelamento 1 mês antes de desaparecer, também tem problemas pâncreáticos e de vez em quando tem que tomar o seu medicamento.
Anjo cintilante, eu acreditei Que eras o meu salvador quando eu mais precisava Cega pela fé, eu não pude ouvir Todos os sussurros, os avisos tão claros
Eu vejo os anjos Eu os conduzirei até á tua porta Agora não há como fugir Piedade nunca mais Sem remorso porque eu ainda me lembro Do sorriso quando me rasgaste em pedaços
Tu levaste meu coração Enganaste-me desde o começo Mostraste-me os sonhos E eu desejei que eles se tornassem realidade Quebras-te a promessa e fizeste-me perceber Que tudo era mentira
Anjo cintilante, eu não pude ver As tuas intenções sombrias, teus sentimentos por mim Anjo caído, conta-me porquê Qual a razão da aflição em teus olhos?
Poderia ter sido para sempre Agora nós chegamos ao fim
Esse mundo pode ter-te abandonado Isso não justifica o porquê Poderias ter escolhido um outro caminho em tua vida.
O sorriso quando me rasgaste em pedaços.
[...]
Infliges dor em recantos de memórias passadas. A oportunidade surge no fado findado, irado Não me comove a lágrima escura e dura Que em teus olhos caiu, um dia, escura. Agitas o mundo, profundo, no certo ou errado Invocas as águas revoltas, em mar derramadas
Conduzes-te aos céus que nem véus, sonho latente Nostalgicamente chamas rios que te banham docemente Encontras na rua, imagem tua, que desconheces Espantas bem alto, sob aquele asfalto que um dia te caiu Não es mais aquela, pavio de vela, que a dor possuiu Ajoelhas o mundo, tens riso profundo, em ti amanheces....
Emanas amor, delicada flor que um dia plantaste, Suavizas a brisa, docemente contida num beijo teu Entregas saudade, respiras verdade, a que criaste Vives momentos, de pensamentos que te prometeste E plantas harmonia, em todo o teu dia, e no que viveste Encontraste a felicidade, a tua vontade, que um dia te deste
Porque tu [eu] alcanço docemente o sol e a luz da lua Descubro solene, promessa perene que sempre fui tua E porque alegremente, desvio a corrente, deste rio sonhador Porque tenho o mundo, cá bem no fundo do meu coração Não tenho ilusões, tampouco citações, para a tua razão Transponho alegria, e na minha ousadia apenas ... vivo de amor
Tive que voltar, sentir as palavras brotarem de meus dedos. Hoje não me sinto invadida por algo bom, muito pelo contrário e talvez por isso sinta esta necessidade. Hoje é o culminar de alguns dias atrás em que acolhi em mim e olhei á minha volta. Não me senti, nem senti que me sentissem, como um dia, talvez, me tenham sentido. Não sei que sentimento este que me assola e me inquieta, e me faz provocar estas lágrimas absurdas que tento conter. Sinto-me infeliz, deprimida, sozinha, e ao mesmo tempo procuro em vão por tantas respostas. Não tenho motivo algum para me sentir combalida dentro da minha própria alma. A angústia apoderou-se insensivelmente da minha razão, e não consigo descernir os pensamentos que passam em simultâneo. Serei eu que não me satisfaço com nada? Será que não aguento que também eu posso ser feliz? Será que felicidade afinal não é o que eu procuro? Não omito os meus pensamentos, nem tão pouco os tento apagar ou até desviar, e ao pensar sobre eles não consigo responder-me. Não estou bem, este vazio preenche-me totalmente, a insatisfação, a não-vontade, tudo é deprimente, tudo me parece opaco. Dou por mim tentando aliviar momentos que me preenchem, dou por mim, tentando não ser eu, nem alguém que me apresentasse. Esta luta desmedida contra o meu próprio eu está a arrasar-me os sentidos, e a inquietação anda de mãos dadas comigo!!! Que faço eu nesta pose teatral onde finjo que está tudo bem? Que faço eu, no momento do meu acto, que não consigo ser original, exprimindo apenas o que já decorei num papel algures largado. Não me sinto eu, decididamente, hoje é um mau dia, obviamente. Já não me sinto a estrela do meu livro, nem tão pouco o espectador do meu filme. Gostaria de acreditar que não passam de devaneios que por vezes vêm e retornam ao seu ponto de partida, mas eles permaneceram, instalaram-se e teimam em ficar.
Perdi a noção simbólica de partilha Já não se partilham nem palavras O olhar também já é diferente... Há algo errado, que me tentam esconder Já não me sinto aquela rosa de um jardim Já não sinto que criei vontade algures Tudo não passou de uma ilusão que se criou. A única vontade que me apresentam Não tem a ver comigo, até é fora de mim...
Criam-se laços de conforto imaginários Em almas e corações sedentários Mas no fim deixa de haver espaço para eles...